Friday 8 February 2008

Amanhecer é uma tortura, tudo recomeça...

As noites deixaram de ser noites há muito... e por mais que me esforce este sentimento come por dentro.

O meu estado de loucura tornou-se incurável, insuportável aos ouvidos surdos da essência que busco incessantemente. Procurar por quê... procurar por mim que me perdi nas teias cerradas, armadilha que me recorda a todos os instantes a impotências do respirar no meu peito. Por mais que grite, por mais que lute, por mais que seja o que sou, a circunferência é cada vez mais pequena, o eixo aperta-se e sufoca tudo.


Sinto-me perder a alma com o passar das horas intermináveis de escuridão. Vejo diariamente o sol nascer e não quero. Ficar presa nas profundezas de um sono que não termine nunca, que não me deixe acordar, que me faça esquecer o que me faz sofrer...


Perda constante de sanidade, desequilíbrio defenidor de mim mesma como se eu não existisse, só a loucura que me mostra a despedida. Estou a despedir-me do ser como da morte real cruel que nos separa do amor. Perdi o amor pelo caminho turtuoso que sigo com direcção a nada...
Desconforto por viver numa pele que não é a minha, tortura visceral que me aperta o peito e me impede de respirar. Não sei para onde me virar... Sinais proíbidos a cada esquina, direcções confusas, labirínticas que me desesperam...
Pudesse dormir eternamente em sossego. Sinto-me cansada, tão cansada... Autista, inércia nas imagens mas nunca nos sons. Hajam os sons que me confortem, embora torturem o pensamento que foge sem destino, sem que alguém o prenda a mim. Pensamento meu, de mim e para ninguém.

Só tu me vês desde sempre, só tu me sentes como ninguém, mas onde estás tu? Perdeste-te no por entre os milhares de estrelas que fazem do meu céu nocturno o espelho dos meus dias. Mergulhei no engôdo de já não distinguir onde começa o dia e onde ele acaba. Pra mim nada acaba... Houvesse um final e tudo se resolveria.

Sinto saudades tuas, sentimento forte, tão forte como o choro estrondoso de quem chega ao mundo pela primeira vez. Sinto saudades de mim, do sorriso que encantou outrora as almas da minha vida! A minha imagem reflecte-se mas não a vejo qual ser vampiresco que perde tudo com a imortalidade.

Perdi-me de mim e nem o meu Norte me encontra, nem o meu Norte...

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