Tuesday 26 June 2007


Qual das Estrelas és tu?

Podia ficar durante horas aqui, afogar-me em lágrimas e inundar-me no desespero de não recordar os pormenores. Os indicativos de que foste para sempre… E tudo o resto vai indo aos poucos para meu desalento, aumentando a minha angústia de viver sem te ver…

O sentimento que nos uniu, e que ainda perdura, é mais forte do que mil eternidades. Continuo a precisar de ti para meu abrigo de sentimentos; és o meu porto de abrigo para cada momento de tristeza.

A minha solitude é reconfortante porque te sinto nela. Nada nem ninguém toma o teu lugar em mim, jamais. Este sentimento parece pele que se veste, se usa e se gasta; a que se ganha o gosto. O cheiro característico que sentimos quando o amor é verdadeiro, contudo impossível. É viciante.

Qual das estrelas és tu?

A mais brilhante de todas. A que se vê a milhas de distância. A que me segue a cada passo no vazio da escuridão nocturna, iluminado os devaneios de quem se perde por instantes e teima em não voltar. A mais perdida e constante de todas elas. A minha estrela guia…

E aqui estou eu, contemplando o rebentar das ondas à beira mar numa noite calma, como tantas outras em que te procuro no céu limpo de lua cheia. E apenas a brisa húmida, a rebeldia dos cabelos que ondulam desgovernados, o mar que me cumprimenta molhando-me os pés com frieza, me fazem sossegar o coração enquanto te busco…

Também tu estás na imensidão do nada e de tudo, no vácuo de um ambiente sem gravidade e intemporal. Assim fossem os nossos dias, as nossas vidas, recuperar tudo o que não vivemos.

De tão longe, cada vez mais distante, sinto-te tão perto e com a mesma intensidade, como se nunca tivesses partido. Será que esta mágoa desertará algum dia? Deixarei de sentir o sentimento, o tormento da perda de ti?

Qual das estrelas és tu?

Wednesday 13 June 2007



"Como é que achas que é viver toda a vida procurando pelo amor de uma pessoa e saber que ela não nos quer? A minha maldade para contigo sempre teve esse objectivo; as discussões, os mal-entendidos e as diversas ofensas e má atitudes sempre foram a melhor forma de ter a tua atenção e nunca aprendi de outra forma porque sempre te afastaste de mim… É até algo irónico, tudo o que sempre fiz para te puxar para mim só te afastou.

E nunca te disse que te amo porque nunca consegui. É uma incapacidade inata de expressão, uma fonte de constrangimento, uma limitação minha… E, com certeza, deveria antes já ter dito ou feito alguma coisa mas não consigo. Um erro. Mas tu também erraste muito comigo porque nunca me aceitaste, fosse de que maneira fosse. Sempre me orientaste com base em críticas e sempre ridicularizando tudo em mim, tudo o que sempre viste com bons olhos nos outros. E só de pensar nisso… Diminuis importância em tudo o que me diz respeito, em tudo o que sou e represento. E é difícil entender isto quando tudo o que sempre quis foi ser uma prioridade para ti, ser mais importante do que todas as outras pessoas estranhas a ti. E, muito provavelmente, não queres mesmo saber de mim. Já eu sou o oposto.

Falhámos os objectivos. Lamento, não soube fazer melhor."