Monday 18 February 2008


Oh meu Norte, pudesses ver as feridas escancaradas da minha alma ao céu aberto que parece engolir-me em cada uma das noites que passo em claro.

As tramas que se desenham em torno de mim surgem apenas para me desacreditar de que seja possível sentir a plena sensação se serenidade. Palavras ditas sem fundamento que tendem a apagar os traços da mais bela história de amor.

Semelhanças aos traços confusos das imagens que desenhaste quando vivias nas profundezas da tristeza e sonfusão de seres quem és. Sinto o desalento da distância de mim própria...

Somos unos na vontade de libertar o que temos cá dentro... o estigma marca como ferro em brasa. O sentimento deixou de ser o que nos enaltec, é uma cruz aos olhos dos outros. Escravos do sentir como viciados em adrenalina e angústia, parece que só assim nos sentimos viver!

A esfera torna-se pequena demais para tudo. A água corrente devia levar-me, lavar-me as mágoas que se amontoam em pilhas de coisa nenhuma. Porque nos prendemos ao que se distancia de nós? Vivemos na penumbra, eterna elevação do que fere como se isso fosse o essencial. Perco-me no raciocínio da lógica, deixo de saber o que digo...

Sunday 10 February 2008


O meu estado de loucura já nao tem cura. Estou a despedir-me como da morte real cruel que nos separa do amor... É assim que me lêm de momento, com a demência de que perde a noção e encerra um capítulo incompleto...

E acordo repentinamente como que de um pesadelo e as imagens tornam-se mais claras. Não vejo as essências do meu sentimento, os motivos da minha angústia tornam-se num ser selvagem que me revolta por não confiar em mim. E eu deixei de confiar...

Não me conheces já verdadeiramente? Será que deixaste de me sentir? As dúvidas que te reforçam as rugas da testa entristecem-me o olhar morto, desiludem-me, a distância só me faz crer que nunca me viste realmente...

Perco-me no tempo quando menos espero e solto as lágrimas pra libertar o peito da pressão da solidão. Surge o medo de perder o melhor de tudo, surge o medo de perder o amor que sinto cá dentro pela vida e refugio-me na cobardia, desculpo tudo como se precisasse disso para sobreviver. E não desculpo mais.

Preciso da minha intensidade, de a perceber em tudo o que passa por mim, reconhecê-la é reconhecer-me a mim quando me sinto alheada de tudo. Precisava que a guardasses contigo para não a perder as já a perdeste... Perdeste-me a mim pelo caminho... embrenhado em confusões, palavras mal ditas, em pedaços de histórias fictícias contadas ao vento e que me atordoam os sentidos quando as ouço contadas como trechos de nada.


Ouvisses tu as minhas histórias... Tramas e mais tramas sem propósito e sem verdade toldam-te o juízo, cegam-te os sentidos e deixas de ver, realmente ver o que sempre te guardou a vida e eu, o que sempre te guardei... um futuro de vivências que enriquecem a vida e nos trazem o melhor de nós. Deixei de ter o meu melhor...

E será que não me sentes? Nem eu sei se me sinto, o que sinto, o que quero sentir.... Deixei-me de reflexões, fico-me pelos empurrões dos accontecimentos como se fosse nada e deixo-me ir... Seja o que for, seja como for, deixo-me ir...

Friday 8 February 2008

Amanhecer é uma tortura, tudo recomeça...

As noites deixaram de ser noites há muito... e por mais que me esforce este sentimento come por dentro.

O meu estado de loucura tornou-se incurável, insuportável aos ouvidos surdos da essência que busco incessantemente. Procurar por quê... procurar por mim que me perdi nas teias cerradas, armadilha que me recorda a todos os instantes a impotências do respirar no meu peito. Por mais que grite, por mais que lute, por mais que seja o que sou, a circunferência é cada vez mais pequena, o eixo aperta-se e sufoca tudo.


Sinto-me perder a alma com o passar das horas intermináveis de escuridão. Vejo diariamente o sol nascer e não quero. Ficar presa nas profundezas de um sono que não termine nunca, que não me deixe acordar, que me faça esquecer o que me faz sofrer...


Perda constante de sanidade, desequilíbrio defenidor de mim mesma como se eu não existisse, só a loucura que me mostra a despedida. Estou a despedir-me do ser como da morte real cruel que nos separa do amor. Perdi o amor pelo caminho turtuoso que sigo com direcção a nada...
Desconforto por viver numa pele que não é a minha, tortura visceral que me aperta o peito e me impede de respirar. Não sei para onde me virar... Sinais proíbidos a cada esquina, direcções confusas, labirínticas que me desesperam...
Pudesse dormir eternamente em sossego. Sinto-me cansada, tão cansada... Autista, inércia nas imagens mas nunca nos sons. Hajam os sons que me confortem, embora torturem o pensamento que foge sem destino, sem que alguém o prenda a mim. Pensamento meu, de mim e para ninguém.

Só tu me vês desde sempre, só tu me sentes como ninguém, mas onde estás tu? Perdeste-te no por entre os milhares de estrelas que fazem do meu céu nocturno o espelho dos meus dias. Mergulhei no engôdo de já não distinguir onde começa o dia e onde ele acaba. Pra mim nada acaba... Houvesse um final e tudo se resolveria.

Sinto saudades tuas, sentimento forte, tão forte como o choro estrondoso de quem chega ao mundo pela primeira vez. Sinto saudades de mim, do sorriso que encantou outrora as almas da minha vida! A minha imagem reflecte-se mas não a vejo qual ser vampiresco que perde tudo com a imortalidade.

Perdi-me de mim e nem o meu Norte me encontra, nem o meu Norte...