Saturday 19 May 2007


Faremos tudo, qualquer coisa por nós próprios, sem precisar de mais nada. Deitar-me apenas sob o céu azul, e tu comigo, a meu lado e esquecer o Mundo, todo resto. O resto que não é nada perto da nossa existência. Nada além disso importa desde que te tenha comigo, sempre.

Não sei como dizer o que sinto, não tenho expressão forte o suficiente. Ou terei dito demais e não o que baste? A complexidade é tal que me confunde e direcciona-me para a carência cega nem sei de quê.

Deitar-te-ias comigo, a meu lado? Sem qualquer exigência ou esforço… esqueceríamos o que nos foi dito antes que fosse tarde demais. Tudo ganharia vida de novo e o tempo seria nosso para o reconhecimento do que já foi e não volta; saudosas as minhas lembranças do sentimento doce de te ter perto de mim, junto de mim. Preciso de ti para ler as minhas necessidades, para me encontrar. Mostra-me tudo o que ganha vida porque apenas consigo ver o que me prende em ti.

Do nada e confusa com tudo, precisas saber que nada vai mudar, nunca, em mim, cá dentro. Apenas te posso dar tudo o que tenho, o que sinto, esta imensidão de amor que se perde em vão sem destino e sem receptor.

E apenas por saber que não virás, procuro refúgio à beira mar, junto ao precipício da dor e da nostalgia, sentir a brisa que me traz odores imensos e me faz viajar sem destino, imaginando apenas o que seria ter-te ali comigo. E vou viajar assim sempre, para sempre, sem ti e, ao mesmo tempo contigo… o tempo não vai chegar para te dizer a dor que sinto por te ter tão longe de mim.