Wednesday 9 January 2008

North


"Entre uma chávena de café e outra chávena de café, os meus olhos perdem-se nas recordações sofridas de mais um ano como habitante desta minha alma carente, que se desapega da quantidade de grãos de açúcar que formavam a teoria metafísica da minha inexistente ciência de saber quem sou... quem fui? Isso... algo... uma interrogação patética que nada pretende perguntar sobre a verdadeira realidade nesta nossa trivial necessidade de nos sentirmos parte de uma frase que possa fazer sentido para toda a gente, ainda que o nosso contentamento literário se desiluda por afinal o vício de sermos aquilo que deveríamos querer ser, se mostrar mais forte que a fácil ostentação do comum, do banal, do contextualizado, do igual ou aceitável... do que concretiza a fórmula humana numa massificação moral, física e até sentimental - ideias numa lata, sentimentos numa caixa... e a vida que nos parece ser dada... a metro! Mas o que se parece impor é sem dúvida o sabor insípido de uma chávena de café clonada pelos pássaros donos da realidade que nos fazem pretendentes ao desejo de nos fingirmos desconhecedores de tudo o que realmente procuramos e sentimos... "

No comments: