Thursday 8 March 2007


Sem saber muito bem porquê a mente viaja, leva-nos aos recantos mais escondidos que temos em nós… a mente não é coisa fácil de controlar, muito menos com o passar do tempo. Há sensações que o corpo sente falta, sons que deixamos de ouvir e continuam a ecoar no fundo da memória, coisas que ficam por dizer e ao repensar a vida, elas regressam…. Não é mesmo nada fácil de controlar!

Sem saber muito bem porquê a mente foge-nos e sempre pra onde mais nos magoa, o que nos faz mais falta, o que sempre quisemos fazer de forma diferente ou mudar. Os pormenores começam a dissipar-se, as imagens a perder nitidez, o cheiro perde o odor.... e o que é que resta?

Sem saber muito bem porquê a mente engana-nos, impõe-nos coisas que nem sabemos se queremos, faz-nos crer em coisas de que nem sequer temos certeza! Uma realidade distorcida ou inventada por ela? Afinal o que é que nos resta?

Sem saber mesmo porquê, a nossa vontade muda e impulsiona-nos a cometer loucuras, desatinos, o que consideramos constituir no nosso futuro das melhores lembranças da nossa vida…. ironicamente, as que mais nos irão magoar ao recordar. E o futuro vai chegando, todos os dias….

Sem saber porquê, mas começando a questionar, a vontade de mudar começa a fazer-se sentir; a vontade de recuperar tudo por inteiro, reviver, recriar faz cócegas no impulso do corpo como o balanço das ondas…

E sem nunca saber porquê, é a saudade que nos resta e é nela que tudo termina…. porque sem perceber porquê, não há nada que possa mudar o que passou!

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